NÃO ME DESAMPARES
Alejandro Bullón
Não me desampares, Senhor; Deus meu, não Te ausentes de mim.
Sal. 38:21.
Naquela trágica tarde no Éden, Deus não ficou triste porque
Adão e Eva tinham comido um fruto. Mas porque os filhos amados, que outrora
corriam felizes aos braços do Pai, desta vez se esconderam dEle. O pecado tinha
criado um abismo de separação entre o Criador e a criatura. Essa é a
conseqüência mais cruel do pecado. E insta para que o ser humano viva apenas
preocupado com a exterioridade do cristianismo.
A partir daquele dia, a humanidade começou sua corrida
solitária pelo deserto da vida. O tempo se encarregaria de mostrar-lhe como é
triste viver separado de Deus. Separação traz desintegração, e desintegração,
morte.
No Salmo 38, Davi descreve as conseqüências visíveis do
pecado. “Não há parte sã na minha carne, por causa da Tua indignação; não há
saúde nos meus ossos, por causa do meu pecado.” Sal. 38:3. Ele chora. O pecado
afeta a vida física do homem. Apaga o desejo de viver que gera endorfinas,
alimento das células do corpo. A vida perde sentido. A criatura deixa de viver
e apenas existe.
“Tornam-se infectas e purulentas as minhas chagas, por causa
da minha loucura” (Sal. 38:5), Davi continua – e com esse lamento descreve o
que a consciência é capaz de fazer na mente do pecador. “Como pude fazer esta
loucura!”, desespera-se o pobre pecador, logo que o fascínio da tentação acaba.
Mas já é tarde. As conseqüências sociais do erro aparecem como “setas” ferindo
a alma. “Os meus amigos e companheiros afastam-se da minha praga, e os meus
parentes ficam de longe.” Sal. 38:11.
Tristeza, desolação. Abandono. Autocondenação. Facas afiadas
que ferem até sangrar. Davi sabia bem o que era isso. Mas de todo o Salmo,
escolhi apenas o verso 21: “Não me desampares... Não Te ausentes de mim.”
Ah, coração rebelde! Quando as luzes ofuscantes da tentação
vierem à tua vida, pensa um pouco no mundo de escuridão e frio que envolve o
coração por causa do pecado, olha para cima e clama com todas as forças do teu
ser: “Não me desampares, Senhor; Deus meu, não Te ausentes de mim.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário