Janelas para a vida
FUJA PARA LONGE
Alejandro Bullón
Livra-te, como a gazela, da mão do caçador e, como a ave, da
mão do passarinheiro. Prov. 6:5.
Se a presa soubesse que o caçador quer agarrá-la, nunca
seria caçada. Se a avezinha percebesse que o passarinheiro quer prendê-la,
fugiria para longe. Mas a arma do caçador é a astúcia. Com sutileza,
aproxima-se. Chega perto sorrateiramente, e quando a vítima percebe o perigo,
já é tarde. A liberdade acabou e, muitas vezes, até a vida.
“Livra-te!”, é o conselho divino. Há muitos passarinheiros
espreitando a sua vida. São pequenos hábitos que se transformam em vícios,
pensamentos negativos que viram ações, sentimentos doentios que se traduzem em
atos e que acabam destruindo os valores, ideais e sonhos. Se você pudesse
identificá-los à primeira vista, certamente fugiria. Mas se você se aproximar
inadvertidamente, não os verá como ameaça. Chegam, ocupam um lugar na sua
mente, acomodam-se em seu coração, aderem-se ao seu corpo e sugam lentamente o
que de mais precioso você tem. Quando você acorda, já é tarde e tudo está
destruído. Perdeu a liberdade. Não é mais dono da própria vida. É um escravo de
sentimentos, circunstâncias e situações irreversíveis.
Como uma pessoa se torna escrava das drogas? Como um casal
chega ao divórcio? Como alguém acaba endividado? A resposta é: lentamente,
passo a passo, dia após dia.
Nenhuma empresa entra em falência da noite para o dia;
nenhum casamento se destrói no lapso de uma semana; nenhum câncer aparece em
poucos dias. Você não vê os tumores, mas percebe os sintomas. São detalhes
diários que vão se acumulando. Palavras, gestos aparentemente inocentes, que
você ignora, propositadamente ou não.
Hoje, você tem a oportunidade de revisar suas intenções,
palavras, pensamentos e sentimentos. Hoje, ainda há tempo para pedir perdão,
para reconhecer que errou, para dizer: “Eu o amo.” Hoje, você ainda não perdeu
a liberdade. Pode decidir para o bem ou para o mal. Por que não escolher o
caminho do bem, da humildade, da renúncia e do amor? Amanhã pode ser tarde
demais. Por isso, não saia para os desafios da vida sem se lembrar do conselho
divino: “Livra-te, como a gazela, da mão do caçador e, como a ave, da mão do
passarinheiro.”
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