Janelas para a vida
O valor da repreensão
Alejandro Bullón
O insensato despreza a instrução de seu pai, mas o que atende à repreensão consegue a prudência. Prov.
15:5.
O expediente havia chegado ao fim naquela tarde e Frederick
esperava impaciente o elevador. Não sabia se iria direto para casa ou andaria
sem rumo como nas outras tardes. Aos 55 anos de idade, sentia-se fracassado.
Não fora esse o tipo de vida com que tinha sonhado. Era um homem público;
porém, não eram públicas a dor e a frustração que constantemente subiam à sua
mente e explodiam em seu coração.
Naquelas intermináveis tardes, vagueando sem rumo, sentado
em alguma praça, parado em qualquer esquina ou vendo a noite chegar em algum
bar, Frederick sempre chegava à conclusão de que a causa de seu fracasso era o
seu temperamento. Nunca ouviu ninguém. Rejeitou o conselho de seus pais. Discutiu
com seus professores. Seus amigos eram amigos desde que não interferissem em
suas opiniões. De repente, aos 55 anos descobriu que a pior tolice de sua vida
fora “desprezar a instrução” e não atender à repreensão.
Por que sou assim?, perguntava-se angustiado. O que ele não
sabia é que todos os seres humanos nascem assim. Não é próprio da nossa
natureza ouvir conselhos, aceitar instruções ou assimilar a repreensão. O homem
natural prefere “quebrar a cara sozinho”. Já de criança larga a mão do pai e
corre como um cabritinho até bater no canto da mesa e cair no chão. Então chora
a lágrima que, ao longo da vida, chorará em silêncio para esconder os cacos
dispersos de seus sonhos destruídos.
Frederick era ateu. Achava que Deus estava morto. Herdara
sua maneira de pensar de Nietzsche, que lera quando jovem, ao descobrir que o
seu pai lhe colocara o nome de Frederick em homenagem ao filósofo alemão.
Numa tarde do mês de outubro, achou um folheto com um título
que chamou sua atenção: “Deus está morto?” Foi assim que despertou o seu
interesse para estudar a Bíblia. Surpreendeu-se porque se confrontou com
verdades que não conhecia. Naqueles conceitos bíblicos estava o segredo do
sucesso. Descobriu que “o insensato despreza a instrução”, e com humildade
aplicou as instruções bíblicas na sua vida.
Quando conheci Frederick, já era um homem vitorioso. “Minha
vida tem sentido”, ele me disse. “Agora sou feliz.” Ao sair hoje para a luta da
vida, lembre-se: “O insensato despreza a instrução, mas o que atende à
repreensão consegue prudência.”
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